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Espartilhos, o ícone do fetiche

O espartilho é tido como um dos principais ícones do fetichismo. No entanto, sua história data de quatro séculos atrás, e conta com muitas transformações e também sofrimento e deformação do busto por parte das mulheres.

Desde antes da Idade Média, havia uma forte preocupação em definir a forma do tronco. Para isso, tanto homens quanto mulheres usavam faixas apertadas em volta do corpo. Com os homens isso acabou mudando logo, pois era necessário vestimentas que facilitassem o deslocamento e a agilidade. Já com as mulheres, o que mudou foi que elas puderam passar a usar saias longas e fartas. Mas a cintura continuava tendo que ser apertada. Do corselete veio o espartilho, que era o primeiro mais rígido e pesado.

O Renascimento foi a época que mais exaltou a beleza feminina, com altas doses de sensualidade e erotismo, tendo os seios como as grandes vedetes. Sinal de superioridade, o espartilho era usado apenas pelas mulheres da aristocracia, sendo atado por trás, o que exigia a ajuda de empregados. Além de causar sérios problemas de saúde, o corpete aristocrático distinguia classes. As mulheres modestas usavam um espartilho mais próximo do corselete medieval, que elas mesmas poderiam fechar, sendo atados por cordões pela frente. A partir daí, foram feitos espartilhos dos mais diferentes materiais de acordo com a estética vigente. O corpete pespontado deixava o busto parecendo um cone e era armado com uma haste encaixada no tecido, sendo uma lâmina sólida feita de madeira, marfim, madrepérola, prata ou osso de peru. Mais tarde usaram barbatanas de baleia fazendo hastes mais flexíveis. No final do século 18 a haste central foi substituída por várias barbatanas.
O forte aspecto social fez com que o espartilho fosse abolido na época da Revolução Francesa, quando as roupas voltaram a ser simples e práticas. Foi a primeira vez, na história da sociedade francesa, que as mulheres não usaram as armações feitas de arcos de aço para moldar a forma das saias, nem seus espartilhos.

No século 19 a estética da cinturinha volta à cena. Junto disso, houve a moda do decote mostrando os seios separados, apelidando os espartilhos de ‘divórcios’. De tempos em tempos, novos modelos apareciam, demonstrando uma verdadeira evolução de tecnologia e conceito. Aos poucos eram oferecidos modelos para todas as ocasiões. Com alguns as mulheres poderiam se vestir sozinhas, sem ajuda de empregados, com outros elas não precisariam mais se preocupar com a ferrugem da estrutura, já que eram feitos em aço inoxidável…

No começo do século 20, a mulher ainda usava espartilho, mas estes eram menores, mais flexíveis e permitiam movimentos mais livres e postura reta. Foi a Primeira Guerra Mundial, confirmando seu papel de corte definitivo com o século 19 e a belle epoqué, que decretou a morte do espartilho, pois agora era preciso que as mulheres fossem trabalhar, assumindo o papel dos homens que estavam na guerra.

Aos poucos os espartilhos iam sendo substituídos por cintas, abrindo espaço para a entrada em cena dos sutiãs. No entre-guerras, houve uma tentativa de trazer de volta o império da silhueta marcada e da cintura fina, mas a guerra veio novamente. Em 1947, o New Look de Christian Dior deu novo fôlego aos espartilhos. Daí para a moda definitiva do fetichismo foi um passo. Nos anos 90, as mulheres vinham, no espartilho, um símbolo de erotismo, da mulher dominadora e sexualizada, imagem que continua até os dias de hoje.

fonte: Mood


3 Respostas to “Espartilhos, o ícone do fetiche”


  1. 4 de junho de 2010 às 18:33

    Uma das minhas fantasias sexuais!

    Se minha parceira vestir um, eu morro, ainda mais no Motel Monte Carlo!!!


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